terça-feira, 4 de julho de 2017

Tenho pressa...

Marilda Diorio Menegazzo





 Tenho pressa de voltar a sonhar
De pisar na areia
De olhar embevecida o mar
De assistir o sol nascer
De sentir a beleza do pôr do sol
De mansinho contar as estrelas
De ver a lua crescer
De apreciar o voo do pássaro
De sentir o cheiro de mato
De ver o colorido das flores
De aguardar a chegada do bem-te-vi


Tenho pressa
De registrar a  minha vivência 
De voltar a sorrir
De sentir novamente a beleza da vida
De cantar sem receio de desafinar
De esquecer o relógio com hora marcada
De caminhar sem rumo em companhia das ondas
De andar descalça sem perder a elegância
De aspirar para expirar com prazer
De  sentir que estou viva
De que posso dançar nos mais diversos ritmos
De  correr e rir à vontade
De sorver cada segundo da vida como sempre sonhei

Tenho pressa
De subir no  barco e deslizar em águas mansas
De navegar  para meu cantinho encantado
De ser a escriba das minhas vivências
Até a última página do livro de minha vida.

Tenho pressa... muita pressa... muita pressa! 


segunda-feira, 3 de julho de 2017

No corredor do mundo

Marilda Diorio Menegazzo






No corredor do mundo
pode-se avistar flores, luzes,
sorrisos, céu límpido, sol radiante,
amor em vestes transparentes de sensibilidade.

No corredor do mundo
pode-se sentir o gosto do mel,
o abraço suave da felicidade,
o beijo quente do desejo,
o olhar translúcido do bem querer.

No corredor do mundo
pode-se caminhar devagar
saboreando o ar límpido,
sob a sombra da esperança,
cantarolando a melodia do amor.

Quem consegue andar no
corredor do mundo
com nuances de leveza
e amando a vida...
Encontrou a paz de viver.

Lembre-se...
No corredor do mundo
tudo pode, você é quem
faz a sua opção.

Curitiba, 19 de setembro de 2012
às 23h52




O que importa...


Marilda Diorio Menegazzo





O que importa...
Se na linha da vida
a esperança brinca de se esconder
atrás das colinas feitas de ilusões,
de sonhos e de decepções?

O que importa...
Se o sorriso desperta ternura
mesmo quando o coração sangra?

O que importa…
Se a amizade que você abraçou
de repente se apagou?

O que importa…
Se a beleza da alma
foi ferida sem mesmo
saber a causa?

O que importa…
Se o sonho todo reluzente
tornou-se findo pelo silêncio
que calou a esperança?

O que importa…
Se a natureza se revolta
com a atitude cega do homem?

O que importa…
Se o amor compartilhado
de repente seguiu trilhas separadas?

O que importa…
Se a Lei da Vida
impõe desfechos inesperados,
deixando-nos impotentes?

O que importa?
Na verdade, nada importa...
Quando se aprende as lições da vida,
refaz-se o caminho, remodela-se o coração,
enxugam-se as lágrimas, alveja-se novamente a alma,
reconstroem-se os sonhos, acena-se para a esperança,
abraça-se o “tempo” e mesmo encurtando-se o “tempo”,
ainda há “tempo” para ser feliz!


Contando os anos...

Marilda Diorio Menegazzo




Cada ser tem sua concepção de vida e naturalmente existe a diferença.
Diferente é o meu pensar no acender das velas representativas aos anos "conquistados"
na sobrevivência da vida.
As velas que enfeitam o meu bolo de aniversário são chamas que a mim lembram o aprendizado
de lições, que se transformam em ensinamentos através das mágoas, das tristezas, das lágrimas,
das decepções e também das alegrias, dos afetos e de momentos de solidariedade
e tudo o mais que rege a minha existência.

São chamas que iluminam a minha estrada de vida que, com o acumular dos anos,
tornam-se fortes e de alcance maior.
Não desfaço os anos, eu armazeno os anos a mim destinados.
Diferente de muitos, amo cada ano acrescido, cada vela que enfeita o meu bolo de aniversario,
cada sorriso que distribuo no momento de apagá-las
e não me importo com a quantidade e nem tampouco com o envelhecimento do corpo.
Preparei-me e continuo a preparar-me para receber as rugas, as "famosas" cortinas nos olhos,
o diminuir do volume dos lábios e com a irritante briga com o ponteiro da balança.
Confesso que não está sendo fácil!
Muitas e muitas vezes preocupei-me com a chegada da terceira idade.


Grande bobagem!
Aprendi que no momento em que você compreende que a vida é feita de fases,
está aprendendo a decifrar a vida.
A cada detalhe que ela oferece, captam-se as suas verdades pelo olhar,
pela alma e pelo coração.
Aprende-se a saborear a emoção em todas as suas nuances
e a chamar a razão no momento certo de importantes decisões.
O que se faz não se desfaz, é o passado fazendo-se presente
nas lembranças de quem aprendeu duras lições.
Que acumulem-se muitos anos em minha caminhada, que eu me sinta saudável,
que eu possa sorrir para a vida e ela sorrir para mim.
Hoje ao completar 66 anos eu consigo perceber a maravilha que é viver!
Espero de coração que o meu modo de viver e de amar a vida
seja inspirador para os meus queridos netos.



Curitiba, 07 de setembro de 2015. 


Quero um barco...

Marilda Diorio Menegazzo


Imagem cedida do acervo fotográfico de Fernando Ogura


Quero um barco...
Que flutue em águas cristalinas,
que me faça sua única passageira,
levando comigo, apenas,
o livro da minha vida.

Quero um barco...
Que me transporte para
as margens rosadas dos sonhos
em que o sobrevoar leve dos pássaros
transmita-me a liberdade.

Quero um barco...
Que sem motor e sem remos,
deslize em direção da paz tão sonhada e
da serenidade das lembranças esculpidas
na vivência regida pelo coração.

Quero um barco...
Que me leve em suaves ondas
para novo ar,
novo tempo,
novo porto.


Curitiba, 21 de junho de 2012
às 23h02